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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

As rosas e os baobás


Poderia ter começado este texto criando personagens, mas achei melhor falar de mim. Existem obras que nos fazem pensar na vida e rever algumas atitudes, uma delas é o filme Clube da Luta, tudo bem que o final é tão surpreendente que você sente vontade de matar o autor, mas no geral, o filme é muito inteligente e envolvente. Com cenas e frases de efeito, como: “Nós somos os filhos do meio da história, sem propósito ou lugar. Não tivemos Grande Guerra, não tivemos Grande Depressão. Nossa grande guerra é a guerra espiritual, nossa grande depressão é a nossa vida. Fomos criados pela televisão para acreditar que um dia seríamos ricos, estrelas de cinema e do rock. Mas não seremos. E estamos aos poucos aprendendo isso. E estamos muito , muito revoltados…”, o autor te prende até o último momento. Ao assisti-lo comecei a repensar alguns de meus conceitos.
Algumas vezes a gente pensa estar cultivando rosas, e quando percebe, são baobás. Aí já é tarde demais. Eles já cresceram e suas raízes tomaram conta de nosso pequeno mundinho, podendo provocar danos irreparáveis. Não vejo outra solução, a não ser encontrar um bom jardineiro para resolver isso.
Há tempos recebi um convite para ir a uma cabana, e lá conheci um jardineiro que se ofereceu para cuidar do meu jardim, mas não sei se por ignorância ou prepotência, preferi cuidar dele sozinho e então consegui derrubar os pés de baobá.
Esse Encontro que tive é muito parecido com o que Mack tem com Deus no livro A Cabana, de William P. Young. Aliás, Young descreve de uma forma extraordinária a Santíssima Trindade, pessoas simples, que tem uma ótima convivência entre si e que trabalham em conjunto pelo bem geral. Ambos os encontros duram três dias e nos fazem refletir sobre nossos atos. Em certo momento, Elousia, representação humana assumida por Deus, diz que “a vida custa um bocado de tempo e um monte de relacionamentos”.
Não consigo falar de A Cabana sem pensar em uma trilha sonora: Além do meu jardim, da banda Rosa de Saron:

Alguma coisa me aconteceu e tudo parece fugir para outro lugar.
Estrelas tristes tentam me explicar e nada acontece, se dissipam todas pelo ar.
Há medo em meu jardim, pois uma rosa disse adeus pra mim.
Mas tudo tem um fim, só não sonhava que seria assim.
Onde quer que você vá, quero te encontrar, por onde você for.
Eu preciso de mais, preciso de você aqui…

Eu então preferi derrubar os baobás sozinho e não me lembrei de cortar as raízes, isso só ajudou que eles crescessem mais fortes e frondosos.
Recebi um novo convite para encontrar-me com Deus, mesmo sem entender o porquê dessa segunda chance, aceitei. O local era outro e haviam pessoas diferentes, mas tenho certeza que representavam o mesmo Deus na mesma Cabana.
Vejamos se durante esse fim-de-semana eu permita ter um encontro real e profundo como o de Mack.