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domingo, 18 de maio de 2014

Álbum de fotografias

É engraçado como a tecnologia vem crescendo cada dia mais depressa. Há dez anos eu ficava olhando alguns colegas da escola conversando sobre o que estavam falando no ICQ no dia anterior, e ficava doido pra saber o que era aquilo. Fui ter meu computador muitos anos depois e o acesso à internet, discada, a incríveis 128kbps veio dois anos após a aquisição do PC. Nessa época, o MSN já havia substituído o ICQ, mas só podia acessá-lo no fim-de-semana, pois a internet era cobrada por pulso, ou seja, cada acesso era o valor de uma ligação. Ficávamos muito frustrados ao descobrir que um arquivo não cabia num disquete.

Minha professora de História tinha um StarTAC, e todos ficavam admirados, como um telefone tão pequeno, para a época, obviamente, podia fazer e receber chamadas, mesmo não estando conectado à parede. Logo, logo o 5120, e em seguida o 6120i deixaram o revolucionário Motorola no chinelo.

Quando viajava, comprava um filme de 36 poses para garantir muitas fotos, e quando ele estava chegando ao fim, economizava, fotografando só o que fosse muito especial, pois poderia ver algo interessante mais tarde, e não poder mais fotografar. Ficava ansioso para chegar em casa, levar as fotos para revelar e logo depois mostrar para as pessoas o quão legal foi minha viagem, e ficava muito frustrado caso o filme queimasse. Adorava ir na casa dos meus primos para jogar Super Nintendo e meu melhor amigo me convidava para jogar Mega Drive com ele. Se o jogo não funcionava era só soprar o cartucho que voltava a funcionar.

Se eu queria assistir um filme, ia à locadora, torcendo para que ninguém o tivesse locado antes de mim, senão só o assistiria na outra semana. Comprava uma fita K7 só por causa de uma música que ouvi no rádio e queria escutá-la quando quisesse. Haviam no mínimo dois orelhões em todas as esquinas, e eles funcionavam. Eu sabia o telefone e a data de aniversário de todos os meus familiares e amigos sem precisar de um lembrete. Há dez anos, não temíamos que a entrada do 4G no país atrapalhasse o sinal de nossas TVs digitais. Na verdade, nem conhecíamos ambos.

Sair com os amigos era um programa mais que especial. Ninguém ficava o tempo todo em seu smartphone lendo postagens de Facebook, Instagram, Whatsapp, Twitter, e o escambau a quatro, se divertindo e conversando com quem está do outro lado e se esquecendo por alguns momentos de quem está junto. Um almoço não era interrompido por uma SMS e um filme não era atrapalhado por uma ligação.

Saudosismo? Chame como quiser, mas não penso que seja. Essas (r)evoluções também vieram para nos ajudar. Hoje pagamos contas de madrugada, pois nos esquecemos de pagar durante o dia e ela já está vencendo. Compramos pizza e sanduíche sem sair de casa. Podemos sair pra comprar algo mais caro sem carregar aquele bolo de notas conosco. Muitos crimes foram solucionados com ajuda da tecnologia.

Conseguimos chegar num lugar que nunca fomos, apenas pesquisando um endereço e assistir um programa ou reportagem que perdemos, com uma rápida pesquisada na internet. Porém não podemos deixar que essas inovações atrapalhem nosso dia-a-dia.


Que possamos voltar a fotografar aquilo que curtimos em vez de esperar que curtam aquilo que fotografamos!